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Região

O Brasil e a economia chinesa

  • Artigo pessoal - * Prof. Dr. Argemiro Luís Brum - Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ)

* Prof. Dr. Argemiro Luís Brum - Centro Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), vinculado à Universidade Regional do Noroeste do Estado (UNIJUÍ)

A balança comercial brasileira, neste ano de 2023, incluindo a terceira semana de julho, resulta em um superávit de US$ 51,03 bilhões, contra US$ 39,61 bilhões no mesmo período do ano passado. Esse resultado, dentre outras coisas, implica em forte entrada de dólares a qual auxilia na valorização do Real. Nos últimos anos a China (incluindo Macau e Hong Kong) se consolidou como nosso principal comprador. De fato, nos últimos 10 anos a participação chinesa, na exportação brasileira, cresceu 56%. Somente em 2022 o Brasil exportou para a China US$ 91,26 bilhões. Com isso, a China comprou 27,2%, em valor, de todas nossas exportações no ano passado, sendo soja e minério de ferro dois dos produtos líderes nas vendas. Portanto, ignorar a importância deste país asiático para a economia brasileira, como alguns fazem, é um grave erro, embora as relações com qualquer país precisem ser equilibradas e exijam cautela nos aspectos político e diplomático. Hoje, a China é líder em corrente comercial (exportações+importações), superando os EUA, sendo a segunda economia do mundo em PIB. O país cresce a uma velocidade vertiginosa para os padrões mundiais: “o seu consumo médio de concreto, nas últimas duas décadas, foi de 2 bilhões de toneladas anuais, ou seja, 60% do consumo mundial; a cada dois anos os chineses vêm consumindo o equivalente a todo o concreto usado nos EUA nos últimos 100 anos; hoje, mais de um terço das vendas de automóveis são de modelos elétricos, com mais de 200 novos fabricantes registrados; a Tesla construiu uma montadora de automóveis em Xangai, em seis meses, com a mesma tendo a capacidade para produzir mais carros do que o total de veículos novos à combustão interna vendidos no Brasil; a classe média chinesa estaria hoje ao redor de 450 milhões de pessoas, e o país procura expandir essa nova realidade capitalista para os demais cidadãos (a China possui, hoje, um pouco mais de 1,3 bilhão de habitantes); e o mundo espera algo em torno de 700 milhões de turistas chineses gastando em 2024. A conclusão é de que, de forma geral, precisamos mais deles do que eles de nós” (cf. Parizzi, A. ZH Doc, 01-02/07/2023, p. 10). Saber lidar com este novo parceiro, no cenário mundial, é o grande desafio, pois sua influência cultural logo se fará presente, assim como os EUA o fizeram no último século.

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